Pode parecer estranho uma rede de TV e rádio se envolver em iniciativas como esta, mas não é a primeira vez. Na década de 1980, a BBC desenvolveu um programa educacional para despertar o interesse das crianças por ciência, engenharia, tecnologia e afins. Esse trabalhou resultou na criação dos computadores BBC Micro. Pois bem, o Micro:bit é inspirado nesse projeto. A plaquinha tem 4×5 cm de tamanho e traz processador ARM Cortex M0 de 32 bits, 16 KB de RAM, porta micro-USB, acelerômetro, bússola, sensores de luz e temperatura, Bluetooth, dois botões programáveis, cinco conexões I/O e uma matriz 5×5 de LEDs. Não há porta para vídeo. O aluno deve fazer a programação em JavaScript ou Python e enviar o código ao Micro:bit via USB ou Bluetooth, por exemplo — há até aplicativos para isso. De acordo com a BBC, o Micro:bit superou a meta de um milhão de estudantes atendidos no Reino Unido. Os resultados já são perceptíveis: 88% dos alunos passaram a acreditar que programação não é difícil e 45% disseram que pensam em seguir carreira em áreas de desenvolvimento (esse número era de 36% antes do projeto). O interesse das meninas pela área também aumentou: de 23% para 39%.
O sucesso da iniciativa levou à criação da Micro:bit Educational Foundation. A entidade já fechou parcerias para disponibilizar o Micro:bit em mais de 40 países. No Brasil, o projeto conta com o aval do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Caberá à Positivo distribuir o dispositivo e ajudar na criação do programa educacional no Brasil. Projetos-piloto já estão sendo desenvolvidos e serão implementados inicialmente em três escolas para atender a crianças com idade a partir de 11 anos. A ideia é levar o programa para instituições educacionais públicas e privadas em todo o Brasil e, posteriormente, aos demais países da América Latina. Pelo menos inicialmente, a Positivo não tem planos de disponibilizar o Micro:bit no varejo. A placa será disponibilizada apenas para programas educacionais.