Os tipos de câncer mais comuns em pessoas jovensQuase metade das mortes por câncer têm relação com fatores evitáveis, como fumar

O risco de uma epidemia de câncer na Europa é defendido por uma comissão de especialistas em saúde, chamada de European Groundshot Commission. Os relatórios e dados coletados pelo grupo foram publicados em uma séria de estudos na revista científica The Lancet Oncology. “Estamos preocupados com o fato de a Europa estar caminhando para uma epidemia de câncer na próxima década, se os sistemas de saúde e a pesquisa sobre o câncer não forem priorizados com urgência", afirma Mark Lawler, professor da Queen’s University Belfast, no Reino Unido, e um dos membros da comissão, em entrevista para o jornal The Guardian.

Risco de epidemia de câncer na Europa

Devido à covid-19 e todos os desdobramentos — como lockdown, menos consultas médicas gerais e queda na taxa de exames de outras doenças —, os especialistas em saúde pública estimam que pelo menos um milhão de diagnósticos de casos de câncer deixaram de ser feitos nos últimos anos. Caso isso não seja revertido, casos de câncer em estágios mais avançados devem se tornar muito mais frequentes no atendimento médico. Neste caso, as chances de cura caem, enquanto os tratamentos necessários e os custos da terapia crescem. Como uma bola de neve, menos investimentos para o disgnóstico precoce e para a pesquisa irão sobrar. “Há evidências emergentes de que uma proporção maior de pacientes é diagnosticada com câncer em estágios avançados em comparação com as taxas pré-pandêmicas, como resultado de atrasos substanciais no diagnóstico e tratamento do câncer", afirmam os pesquisadores da comissão. Caso o cenário não seja revertido, casos avançados de câncer irão “estressar os sistemas europeus de câncer nos próximos anos”. Por fim, “esses problemas acabarão por comprometer a sobrevivência e desencadear uma [onda de] baixa qualidade de vida para muitos pacientes europeus com câncer”, acrescentam.

Investir em pesquisas contra o câncer será fundamental

Em paralelo, “observamos um efeito assustador na pesquisa do câncer, com laboratórios fechados e ensaios clínicos adiados ou cancelados na primeira onda pandêmica”, ressalta o professor Lawler. Hoje, ainda é possível visualizar estes efeitos no campo científico. Segundo o especialista, o maior foco na pesquisa para a prevenção do câncer é fundamental e, em tese, melhora a perspectiva de cura e de prevenção para o câncer no longo prazo. Em paralelo, é necessário retomar os diagnósticos precoces, investir em medidas preventivas e encontrar os pacientes que integram o grupo de um milhão de casos sem diagnóstico. Fonte: The Lancet Oncology e The Guardian